Em 1997, foi criado por Bernie Dodge, da San Diego State University, um novo instrumento de ensino: a WebQuest. Trata-se de uma actividade de pesquisa orientada com o objectivo de responder a questões através do estudo de recursos específicos presentes na Web, eventualmente, complementado com sessões de videoconferência. As WebQuets são de curta duração quando requerem no máximo três aulas para a sua realização e de longa duração se mais do que uma semana for necessária.
Todas as WebQuest deverão ter: a) introdução (situa o problema/questão a resolver e fornece a informação indispensável); b) tarefas (exequível e motivadora); c) fontes de informação (conjunto de endereços da Web, e-mails de especialistas a contactar, documentos físicos - livros, revistas, jornais, etc. - acessíveis aos estudantes, onde conste a informação necessária à resolução de etapas físicas ou mentais conducentes à resolução do problema/questão, evitando-se, assim, a pesquisa à deriva pela Web, muitas vezes infrutuosa e morosa); d) processo (conjunto sequencial de passos distintos a seguir pelos estudantes); e) orientações (indicações que facilitem a organização da informação adquirida); f) conclusão (encerra a pesquisa efectuada, relembra o que foi aprendido e encoraja os estudantes a pesquisar mais sobre o tema e sobre outros temas).
As WebQuests poderão ser: 1) realizadas em grupo ou individualmente - adequado no processo de Educação a Distância; 2) mais apelativas se incluírem elementos motivacionais, tais como a atribuição de papéis a desempenhar (e. g. cientista, detective, etc.), a simulação do envolvimento de individualidades na actividade e a criação de um cenário de suporte ao desenrolar da actividade; 3) de carácter interdisciplinar ou destinadas a uma só unidade curricular.
As WebQuet de longa duração podem implicar processos cognitivos mais ou menos complexos (comparação, classificação, indução, dedução, análise, meta-análise, produção de argumentos lógicos que suportem afirmações, abstracção, reorganização do conhecimento prévio face ao novo conhecimento adquirido) e consistir numa miríade de actividades cujo limite será a criatividade do seu autor. A publicação dos resultados/conclusões obtidos na Internet é desejável porque 1) envolve os estudantes numa tarefa hi-tech, 2) dá-lhes a oportunidade de criar uma comunidade de aprendizagem e 3) permite-lhe receber feedback de indivíduos presentes em qualquer parte do planeta.
A construção das WebQuests deve respeitar as seguintes etapas: 1ª) familiarização com os recursos existentes na Internet sobre os temas que ensina; 2ª) organização dos recursos em categorias (bases de dados pesquisáveis, material de referência, ideias para futuros projectos, etc); 3ª) identificação de materiais on-line apropriados ao ensino dos temas pelos quais é responsável; 4ª) elaboração de uma WebQuest, apropriada para uma só disciplina, com recurso a modelos orientadores.
Através da resolução de WebQuests os alunos podem desenvolver conhecimento conceptual, epistemológico e procedimental, assim como, desenvolver as suas capacidades para aprender a aprender (Leite et al. 2007). Segundo Leite et al. (2007) a resolução de WebQuests motiva os estudantes para a aprendizagem das ciências.
Referências bibliográficas
Dodge, B. (1997). Some thoughts about WebQuests. Diponível em
http://edweb.sdsu.edu/courses/edtec596/about_webquests.html (acedido a 18/05/2010).
Leite, L., Vieira, P., Silva, R. M. & Neves, T. (2007). The Role of WebQuests in Science Education for Citizenship. Interactive Educational Multimedia, IEM, 15, 18-36. Disponível em www.ub.es/multimedia/iem (acedido a 18/05/2010).
Sem comentários:
Enviar um comentário